Por que Você Se Menospreza?

  Não é raro observarmos que algumas pessoas em diversas situações vivenciadas passem a buscar por salvadores e culpados... Aí mora o perigo.

    A começar a partir do fato de a própria pessoa sentir um vazio tão grande a ponto de passar a acreditar que necessita de que alguém em que se apoiar. Para garantir que se sinta um pouco melhor, busca algo externo ou qualquer outro fator  que idealize ser capaz solucionar suas questões, dar valor à sua existência, se responsabilizar por sua felicidade e bem-estar e, claro, estabelecer culpados..Friso aqui que questões como essas geralmente são sintomas de algo muito mais profundo. 

    A começar pela crença de que existiria um valor oculto a ser desvendado por outras pessoas que não por ela mesma.  Você já imaginou no tamanho da cilada que isso tende a se revelar? 

    A impressão de desvalia surge a partir da necessidade de que o outro a valide; é como se surgisse a partir daí uma aprovação para sobreviver. Mas há um valor próprio a ser reconhecido por parte da própria pessoa que o desconsidera... E não se torna necessário buscar meios externos que não o voltar-se a si por meio da introspecção.  

    Vejamos um outro exemplo: Alguém que viva a reclamar por falta de dinheiro, por exemplo, observa apenas esses sintomas. No entanto negligencia de forma inconsciente os reais motivos para essa manifestação em sua vida.

    Um indivíduo que viva e reviva relacionamentos amorosos difíceis, problemáticos e até violentos pode estar a passar por um padrão estabelecido conforme memórias e crenças estabelecidas desde sua infância.

    Esses são apenas alguns dos casos mais corriqueiros. Não é difícil encontrar alguém que os vivenciem; muitas pessoas os experienciam em conjunto.

    Perceba em todos esses exemplos que não há nada além do que sintomas provenientes de fatores internos. 

    Por qual motivo buscam esses indivíduos por respostas provenientes por parte de alguém ou algo externo que não neles mesmos? Por se sentirem desalentados e desnorteados... 

    É aí que se busca apoio terapêutico, para autoconhecimento e trabalhar na solução desses problemas através do desenvolvimento da consciência, certo?  Certíssimo! Mas infelizmente essa não é a prioridade de muitos... 

    Imagine se mais pessoas trabalhassem seu mundo interior, se investigassem, buscassem compreender o que se passa em suas mentes, como se produziram padrões negativos, dentre outras possibilidades? Certamente o mundo estaria mais em ordem... 

    Por qual motivo acreditam eles que um outro alguém ou qualquer coisa possa substituir a responsabilidade pela própria existência, garantir plenitude capaz de direcionar a realidade para aquilo que elas pretendem sem a concorrência de atitudes próprias que possam corroborar com os resultados almejados? Deixa-se o poder em mãos alheias...

    No percurso terapêutico a pessoa interessada na  efetiva transformação de sua realidade se implica e se aplica para gerar os resultados que deseja; passa a se conhecer melhor e identifica os pontos fortes e aqueles a melhorar, consegue assumir a responsabilidade e a autoria da própria vida, vai além das dores emocionais e passa a ressignificá-las de fato, se torna mais leve e resiliente. 

    Mas por que algumas pessoas acreditam que não haveria valor em um processo terapêutico? Seria projeção do senso de desvalor próprio? Certamente. E mais: por qual motivo acreditam não ser necessário trabalhar a autoamor ou ao menos se conhecerem melhor? O que elas pretendem proteger com tais reservas, esquivas e defesas? 

    Esse é um grande problema de autoimagem, de autoestima, de descentralização do eixo. Essas pessoas não conseguem lidar com suas questões e se sentem inseguras a traçar uma rota que possa garantir uma efetiva superação desses sintomas.

    Ao deixar o poder e a responsabilidade a respeito da própria vida livres ao vento, para que outros os exerçam, pode ser extremamente perigoso.

    O que dizer a respeito dos escândalos de charlatanismo de falsos gurus? O que dizer a respeito de condutas abusivas perpetradas ou sofridas por parte de quem assume tais responsabilidades sobre as vidas de outras pessoas? Há quem busque presas fáceis com artimanhas para captura. E há quem acredite realmente que possa se doar demais por outra a ponto de também se desconsiderar...

    O quanto se perde de vida na tentativa de se desviar de um verdadeiro caminho de superação dos obstáculosO que dizer a respeito dos efeitos de tudo isso? Sabidamente costumam ser desastrosos. 

    Ao acreditar não ser capaz de se debruçar sobre uma situação compreendida como um problema, a pessoa deixa sobressair toda uma gama de sentimentos e emoções desconexos, não reconhecidos ou negligenciados, assim como o seu senso de alto valor.

    Uma personalidade em que essa maneira de lidar com os desafios se estabelece, tende a ser altamente dependente. É provável que tenha crescido ao ouvir mandos e desmandos por parte de outras figuras de autoridade. Talvez tenham se sentido obrigadas a cumprir com critérios sobre o que deveria ser feito, dito, pensado, calado, considerado ou desconsiderado... sem reflexão, sob pena de não se sentirem pertencentes. Quantos crescem a se desconsiderar pela necessidade de se sentirem aceitos?

    Não há surpresa no que tange à íntima ligação entre modelos de criação de seres humanos como o do exemplo do parágrafo anterior e o desenvolvimento de incontáveis disfunções, transtorno de personalidade, acometimentos metais diversos, assim como dificuldades sócio-econômicas.

    A sociedade em sua amplitude é o resultado da primeira parte dela que é composta pela unidade familiar, complementada pelas unidades estudantis e religiosas, por exemplo.

    Tudo isso molda a personalidade de cada indivíduo e contribui para que o que for percebido e recebido a partir dessas vivências seja revertido para a sociedade em sentido amplo, como um encadeamento: vizinhança, bairro, município, estado, país, continente, mundo.

    O desenvolvimento do valor próprio, do autoamor, do autocuidado, da resiliência, da autoestima, das habilidades sociais dentre outras características é primordial e essencial para que se estabeleça uma saúde pessoal e coletiva capaz de transformar positivamente os rumos de tudo o que se encontra desconexo, confuso, invertido, em processo de autodestruição.

    Para auxiliar na promoção da autoestima, desenvolvi um treinamento online chamado Autoestima na Prática. Você pode acessar através do link abaixo direciona para verificar maiores informações e realizar sua inscrição. ACESSE AQUI 

    Espero por você nesse treinamento e no processo de transformação pessoal positiva para seguir adiante e além de todas as barreiras que possam te impedir ou ter impedido até este momento de se desenvolver melhor e garantir sua satisfação em relação a própria existência.

    Te vejo lá!  


- Por Lúcia Rebelo, Psicanalista
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